Cyberbullying: intimidação no espaço virtual

Atualmente, é muito importante que pais e educadores estejam cientes do que seus filhos fazem no meio virtual. Junto com a popularização da tecnologia, que fica cada vez mais acessível a jovens e crianças, percebemos que um comportamento comum a esta faixa etária pode tornar-se perigoso.

                Brincadeiras e comentários perversos sobre características físicas ou emocionais de outras crianças alcançam um espaço ilimitado através de interações virtuais. O livro “Bullying Beyond the Schoolyard: Preventing and Responding to Cyberbullying”, de Sameer Hinduja (Universidade Atlântica da Flórida) e Justin Patchin, dá um novo olhar a esse ato, com o uso do termo “cyberbullying”.

                Bullying trata-se do ato de intimidar – física ou verbalmente – outra pessoa. Já o cyberbullying (propagação de ofensas, comentários perversos, divulgação de imagens constrangedoras) vai além do espaço de convívio e é mais difícil de identificar e controlar.

                O principal agravante do espaço virtual é o anonimato. Quando o agressor pode emitir uma ofensa ou boato de qualquer nível sem ser identificado, ele perde o limite ou amarra social que tenha à ideia de punição. Consequentemente, é possível que o próprio agressor não saiba a proporção do efeito de sua ação na vítima.

Quem participa?

                Diferente do que se imagina, além da relação agressor-vítima, o espectador também é um agente no cyberbullying. Apesar de tornar-se passivo no ato de compartilhar ou propagar ofensas, o espectador não age. Pelo agressor isso é visto como um incentivo, já que, se não é repreendido por nenhum meio, não sente a necessidade de parar.

                A vítima, por sua vez, com medo de ser repreendida por outras pessoas que não estejam a par da situação, não se manifesta. É diretamente a esse indivíduo que devemos dar atenção. Ele não fala o que se passa para não aumentar as proporções da situação, no entanto, apresenta uma série de características – irritabilidade, depressão, queda no rendimento escolar – que servem como indicativos.

 

O que podemos fazer?

Cabe aos pais e educadoreso controle da situação. Realizar atividades em sala que ressaltem a importância do respeito ao próximo e os prejuízos de atitudes ofensivas é essencial. Além disso é muito importante que os responsáveis supervisionem as redes sociais de filhos de perto.

Quando uma criança ou jovem apresenta sinais de queda no desempenho escolar, medo de se expressar, timidez, é importante buscar a raiz do problema. O maior problema do cyberbullying é a ausência de um espaço físico, que permite tal forma de violência atravessar os muros da escola, criando uma perseguição contínua sobre a criança.

Deve-se ater, ainda, ao agressor propriamente dito. Em pesquisa apresentada pela Revista Educação, os principais motivos identificados foram vingança, sentimento de merecimento da vítima, exibição para colegas ou apenas malvadez. O diálogo é crucial, pois, caso contrário, embora pare com uma vítima específica, o agressor repetirá o ciclo até que seja chamada sua atenção novamente.

É importante que o professor saiba que o espaço escolar não tem apenas a função de agregar conhecimento ao aluno, mas é a primeira experiência que a criança terá de convívio em sociedade e, portanto, deve ser bem orientada para que se torne um adulto consciente.

 

Fontes:

Revista Educação (http://revistaeducacao.uol.com.br/textos/0/jornalista-da-dicas-para-professores-lidarem-com-cyberbullying-330140-1.asp)

Programa Bullying e Cyberbullying (http://bullyingcyberbullying.com.br/)

Brasil Escola (http://www.brasilescola.com/sociologia/cyberbullying.htm)

Revista Escola (http://revistaescola.abril.com.br/formacao/cyberbullying-violencia-virtual-bullying-agressao-humilhacao-567858.shtml?page=1