"De menino" ou "de menina": Como a escola deve lidar com as brincadeiras de criança
Em época de Copa, não há criança que não se envolva com o futebol. Tanto meninos quanto meninas sentem-se empolgados com o esporte que, há muito tempo, é chamado “de menino”. Então, o futebol não seria brincadeira de menina? Em um passado remoto, a resposta para essa questão era “sim”. Diante desse impasse, como lidar com a questão das brincadeiras de criança?
Assim como o futebol era considerado jogo de meninos, brincar com bonecas era considerado “coisa de menina”. Essa mentalidade surgiu da ideia de que as brincadeiras estimulariam e treinariam as crianças para que elas exercessem os papeis sociais pré-estabelecidos. Os meninos deveriam tornar-se homens viris, competitivos e fortes enquanto que as características esperadas para as meninas fossem de pessoas zelosas, meigas, sensíveis e frágeis. As brincadeiras de criança eram também maneiras de “formar” uma identidade.
Como a Escola pode lidar com essa questão?
Hoje sabemos que a divisão das brincadeiras em “de meninos” e “de meninas” não é mais válida, e a escola deve estar preparada para lidar com essa questão sempre que ela surgir a partir do comportamento ou da opinião de um aluno.
A brincadeira é muito importante para o desenvolvimento da criança, e mesmo que a escolhida não seja aquela instituída como adequada para o seu sexo, ela treinará funções futuras, ensinará comportamentos e fará com que os pequenos elaborem as informações recebidas.
A escola pode entrar em ação sempre que perceber uma rejeição de algum de seus alunos em relação a uma determinada brincadeira. O ideal é que sejam investigados os motivos para tais comportamentos. Atividades em que as crianças discutem sobre aspectos positivos e negativos de cada gênero são, também, válidas. Recortes de fotografias de homens e de mulheres que elas admiram podem ser realizados em sala de aula.
Fonte: Nova Escola